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Professores têm papel essencial no trabalho com alunos disléxicos

           Se o estudante não consegue aprender da maneira tradicional, ensine-o de outra forma. O sucesso dependerá do cuidado em relação à sua leitura e das estratégias de ensino usadas, como as que seguem:
• Melhorando a autoestima
- Incentive a autoestima do aluno, valorizando o que ele faz bem;
- Ressalte os acertos, mesmo os pequenos;
- Valorize todo esforço e interesse;
- Dê tarefas que o façam sentir-se útil;
- Não use expressões como "tente esforçar-se";
- Fale sobre suas dificuldades, mas sem fazê-lo sentir-se incapaz;
- Respeite o seu ritmo; o disléxico precisa de mais tempo para processar informações.
• Monitorando as atividades
- Certifique-se de que as tarefas de casa foram compreendidas e anotadas;
- Caso ele não entenda a questão, leia-lhe as instruções;
- Leve em conta dificuldades específicas ao corrigir deveres;
- Estimule a expressão verbal;
- Forneça instruções curtas e simples;
- Dê "dicas" específicas de como ele pode estudar a disciplina;
- Oriente-o sobre como organizar-se;
- Não insista em exercícios de fixação repetitivos e numerosos;
- Use o computador, mas certifique-se de que o programa é adequado ao nível dele;
- Permita o uso de gravador;
- Esquematize o conteúdo das aulas quando o assunto for muito difícil para o aluno;
- “Uma imagem vale mais que mil palavras": demonstrações e filmes enfatizam as aulas;
- Não insista para o aluno ler em voz alta; ele tem consciência de seus erros.
• Nas avaliações
- Leia as questões junto com o aluno, para ele entender o que foi perguntado;
- Esteja disponível para esclarecer dúvidas;
- Dê tempo para ele fazer a prova com calma;
- Verifique as respostas e, caso seja necessário, confirme o que ele quis dizer com o que escreveu, anotando suas respostas;
- Ao corrigi-la, valorize a produção do aluno; frases aparentemente sem sentido e palavras incompletas ou erradas não representam conceitos ou informações erradas;
- Faça avaliações orais sempre que possível.

O sucesso e o futuro de um disléxico são sustentados por uma mesa com 4 pernas

1. Pais que proporcionam uma avaliação multidisciplinar e o acompanhamento indicado na avaliação, além de fornecer acolhimento e compreensão.
2. Profissionais que fazem o acompanhamento de forma adequada, levando o indivíduo disléxico a uma real evolução.
3. A escola que o acolhe e lhe oferece as condições adequadas para expressar os conhecimentos que adquiriu.
4. A participação do próprio disléxicos que deve se mostrar interessado e consciente de suas dificuldades e possibilidades, auxiliando aqueles que estão à sua volta a conhecerem este distúrbio que muito o atrapalha, mas não o impede de obter sucesso e realização.
Maria Inez Ocanã De Luca. Neuropsicóloga.

DISLEXIA 

                O que é: transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado pela dificuldade específica de leitura. A habilidade mais prejudicada na dislexia é a de segmentar, manipular e sintetizar sequências de sílabas e fonemas que compõe as palavras, a habilidade de consciência fonológica. O disléxIco não apresenta déficit de inteligência, falta de oportunidade de aprendizado, motivação geral ou acuidade sensorial diminuída seja visual ou auditiva. (Fonte: Organização Mundial de Saúde - OMS) Sinais: Demora para começar a falar Dificuldade para pronunciar alguns sons Dificuldade para discriminar sons parecidos Demora para aprender novas e lembrar novas palavras Dificuldade para seguir ordens e rotinas Vocabulário menor do que o esperado Dificuldade com orientação temporal e espacial Dificuldade com habilidade motora fina Dificuldade com sons: rimas, segmentar palavras, formar palavras com sílabas Dificuldade para aprender o alfabeto Atraso no desenvolvimento da leitura Dificuldade com a ortografia Dificuldade na expressão através da escrita.
               Os sintomas da dislexia variam de acordo com os diferentes graus do transtorno, mas a pessoa tem dificuldade para decodificar as letras do alfabeto e tudo o que é relacionado à leitura. O disléxico não consegue associar o símbolo gráfico e as letras ao som que eles representam. Podem confundir direita com esquerda, no sentido espacial, ou escrever de forma invertida, ao invés de “vovó”, “ovóv”, “topa” por “pato”. A dislexia também gera a omissão de sílabas ou letras como “transorno” para “transtorno”, até mesmo a confusão de palavras com grafia similar, por exemplo, n-u, w-m, a-e, p-q, p-b, b-d… Ter a necessidade de seguir a linha do texto com os dedos é outro sintoma de dislexia. O indivíduo sofre com a pobreza de vocabulário, escassez de conhecimento prévio, confusão com relação às tarefas escolares, podendo resultar num atraso escolar.
                A existência de casos de dislexia na família, dificuldades para compreensão de texto, reconhecer rimas e símbolos, decorar tabuada, inversão, acréscimo ou omissão de letras, saltar ou retroceder linhas no momento da leitura, são sinais de dislexia. Alguns sinais que podem diagnosticar a dislexia: - Quando a incompreensão na leitura ultrapassa a fase de alfabetização; - A leitura é silabada; - Faz adivinhações, por exemplo, entende a palavra “famoso” como “família” (pois esta última é mais frequente); - Troca, omite ou inverte as letras durante a leitura; - Substituição: “todos” por “totos”; - Omissão: “Chuva forte” por “chuva fote”; - Acréscimo de letras ou sílabas: “Estranho” por “estrainho”; -Separação: “Está embaixo da cama” por “Está em baixo da cama”; Ou “Caiu uma chuva” por “caiu um a chuva”; - Junção: “A lua está entre as nuvens” por “Alua está entreas nuvens”. Clique aqui e baixe dicas sobre “A SÉRIE: Os Principais Transtornos da Aprendizagem”.